Tele História: Janete Clair mata mais de 100 personagens e salva novela

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Em 1967, a autora Janete Clair, recém chegada à Globo, teve um grande desafio: tirar a atual novela das oito do fundo do poço. A autora reformulou a trama e matou mais de 100 personagens, a novela era "Anastácia, a Mulher Sem Destino". Janete foi chamada pela Glória Magadan - então supervisora da teledramaturgia da emissora. A frase de Magadan para Janete Clair virou lenda nos bastidores da Globo: "Eu tenho um abacaxi para você".
O motivo da troca de autores era os baixos índices alcançados no Ibope, era a quarta novela das oito da Globo. Foi escrita por Emiliano Queiroz sem nenhuma técnica. O autor se perdeu na história e acabou por criar mais e mais personagens para tentar alavancar a audiência. O que não deu certo.
Janete Clair então teve a missão de assumir a autoria e tentar resgatar o público perdido. A solução da autora foi exterminar grande parte do elenco em um terremoto. Entre os poucos que ficaram, estavam os quatro personagens principais: Ênio Santos, Leila Diniz, Miriam Pires e Henrique Martins. Com os sobreviventes, a trama deu um salto de 20 anos e Janete Clair iniciou um melodrama de capa e espada em que Leila Diniz se alternava em dois papéis, o de Anastácia – sua personagem original – e a filha dela: Simone. A trama totalizou 125 capítulos.
Em termos de audiência, Janete não fez tanto milagre, mas deixou a história coerente. A autora garantiu um bom lugar na Globo, onde nunca mais sairia.
A mesma estratégia de "exterminar" os personagens que não faziam tanto sucesso foi usada também pelo autor Silvio de Abreu na novela "Torre de Babel", uma explosão no shopping, prevista no roteiro, levou embora os personagens que não haviam caído no gosto do público

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