A
briga pelos direitos de transmissão de imagens dos Jogos Olímpicos de
Londres produziu uma situação aparentemente bizarra no Brasil. A Globo
preferiu pagar a uma empresa estrangeira por imagens que poderia usar de
graça, cedidas pela Record. É uma história complicada, que mostra o
estado de animosidade entre as duas emissoras.
Dona dos direitos
de transmissão da Olimpíada, a Record é obrigada a ceder gratuitamente
um pacote diário para todas as concorrentes na TV aberta brasileira.
A
emissora informou na semana passada as condições de uso deste material.
Avisou que vai ceder diariamente seis minutos de imagens por dia para
serem usados em blocos de até três minutos em qualquer telejornal ou
programa de cobertura nacional, num período de 24 horas.
A Record
exige que as emissoras enviem uma fita e a retirem na emissora,
diariamente, às 18h30, com as imagens. Não pode haver repetição ou
replay das imagens exibidas em cada exibição.
Segundo a Record,
até 2008, em Pequim, quando a Globo detinha os direitos de transmissão
dos Jogos, “as imagens só eram liberadas para exibição em blocos de dois
minutos, em apenas três programas ao longo do dia”.
A Globo
afirma que procurou a Record em abril, querendo saber quais seriam as
condições de uso destas imagens e que, como não obteve resposta,
procurou o COI (Comitê Olímpico Internacional) para saber se haveria
alternativas na obtenção de imagens.
A emissora, então, comprou da
OBS (Olympic Broadcast Services) um pacote pelo qual pode usar seis
minutos de imagens em no máximo três programas jornalísticos regulares,
podendo exibir até dois minutos em cada. Este pacote foi oferecido a
empresas não detentores de direitos dos Jogos por 6 mil libras (cerca de
R$ 19 mil).
A OBS envia as imagens via satélite em boletins de 30
em 30 minutos. Não há restrição para replay e é possível usar uma mesma
cena nas 48 horas seguintes.
O acerto com a OBS limita o uso das
imagens a três telejornais (diferentemente da Record, que permite que
elas sejam usadas até oito vezes no intervalo de 24 horas) e a dois
minutos por programa (em vez de três, como oferece a concorrente), mas
deixa a Globo com maior oferta e agilidade.
Ao comprar este
pacote, a Globo se comprometeu a sempre creditar as imagens ao detentor
dos direitos no Brasil, a Record, mas não precisa mostrar a logomarca da
concorrente, o que teria de fazer se utilizasse as imagens cedidas de
graça.
As limitações estabelecidas pelo OBS são, de fato,
exigências do COI, que a Globo, como qualquer outro não detentor de
direitos, se comprometeu a aceitar.
UOL
Phoda-se Rede Globo.
ResponderExcluirPostar um comentário
Gostou da notícia então divulgue-a